


A UFC ENCONTRA MUITAS
HISTÓRIAS
Da periferia para qualquer território global
O Estação Favela é uma iniciativa de extensão da Universidade Federal do Ceará (UFC), em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e a Central Única das Favelas (CUFA). Com foco na capacitação e inclusão social de comunidades periféricas de Fortaleza, o projeto utiliza a educação como principal ferramenta para promover o desenvolvimento local e criar oportunidades para os moradores das comunidades do Poço da Draga e do Barroso, em Fortaleza, fortalecendo sua formação profissional e social.
As tratativas para a implementação do projeto tiveram início no último trimestre de 2023, com uma série de reuniões e ajustes entre a UFC e o MDHC. Nos primeiros meses de 2024, as atividades foram centradas no planejamento, na seleção da equipe, em visitas às comunidades e nos procedimentos burocráticos necessários para a regularização institucional do projeto na UFC.
Já em maio de 2014, o Estação Favela avançou de etapa e começou a oferecer aulas, divididas em quatro eixos temáticos: liderança, empregabilidade, tecnologia e educação financeira. Essas formações são direcionadas às comunidades do Poço da Draga e Barroso, abordando desafios específicos de cada local. Além dos cursos, o Estação Favela organiza feiras e eventos que valorizam o saber comunitário e promovem a cultura local, ao mesmo tempo em que busca fortalecer os laços sociais.
O público-alvo do projeto inclui prioritariamente jovens, mulheres e pessoas negras, com o objetivo de fomentar a equidade e melhorar a qualidade de vida nas comunidades atendidas. O projeto se diferencia ao integrar saberes acadêmicos e locais, gerando impacto duradouro e potencializando o desenvolvimento social e econômico dessas regiões.

Nossa missão

Democratizar o conhecimento técnico.

Promover feiras que funcionem como plataformas de exibição de talentos.

Gerar renda e fortalecer a autoestima de indivíduos historicamente marginalizados.
Os territórios impactados com o Estação Favela
Com cerca de 2 mil habitantes em 3,55 hectares, a comunidade do Poço da Draga tem 119 anos de história. A ocupação do território remonta a pescadores e trabalhadores que atuavam no antigo porto da cidade. De acordo com pesquisa realizada pela UFC, 28,6% dos moradores têm ensino fundamental incompleto, 19% possuem ensino médio incompleto, e 9,5% não sabem ler ou escrever (fonte: Revista da ZEIS - Poço da Draga / 2019).
O Poço da Draga é classificado como Zona Especial de Interesse Social (Zeis) pelo Plano Diretor foram consideradas como prioritárias, que têm a exigência de preparação dos Planos Integrados de Regularização Fundiária (Pirf). A UFC é a instituição responsável pela produção do Pirf do Poço da Draga, o que demonstra o grau de vínculo e conhecimento da universidade sobre o território. Nessa mesma região será instalado o Campus Iracema da UFC, o qual teve anúncio oficial, com um aporte inicial de R$40 milhões para a construção da estrutura, realizado em junho de 2024, pelo presidente da República.
Já no território do Barroso e Cajazeiras, que possuem cerca de 45 mil habitantes e uma população jovem, sendo 60% de mulheres, as principais demandas incluem o estímulo ao empreendedorismo, capacitações técnicas e gerenciais, apoio à reciclagem e à formalização de pequenos negócios.
A região também tem grande potencial para o desenvolvimento de polos culturais e de inovação, com atividades artísticas, expansão de internet banda larga e formação de lideranças nas áreas de negócios e políticas públicas.
Tanto o Poço da Draga quanto o Barroso, possuem capacidade significativa de articulação social, cultural e de negócios para atuar como transformadores dos espaços de convivência e interação, transformando vulnerabilidades em oportunidades de desenvolvimento local integrado e sustentável.
Apesar das potencialidades de ambos os territórios, cabe informar que as comunidades escolhidas para atuação do projeto estão localizadas em regiões da cidade de Fortaleza que passam por intensa deflagração de conflitos para dominação do território. São áreas pauperizadas, com assistência insuficiente do Estado, que vivenciam um cotidiano de insegurança, vulnerabilidade socioeconômica e violência.
A realidade dessas comunidades exige, portanto, uma abordagem cuidadosa e estratégica, para garantir que as atividades propostas sejam sensíveis ao contexto local e promovam um ambiente seguro para os participantes.